domingo, 21 de junho de 2009

Pontos de Vista - Consequências da Queda do Diploma para jornalistas

Nova matéria publicada na internet destaca diversas opiniões sobre a extinção do diploma para jornalistas. Achei bem interessante, porque o assunto gera muita dúvida confusão.
Além da questão da competitividade desigual (que sinceramente questiono), há ainda a dúvida nos aspectos trabalhistas nesta fase pós queda do diploma. Vamos lá, eu também estou buscando informações mais completas à respeito. Abaixo, o texto:
Polêmica sobre diploma de jornalista
O STF decidiu que o jornalista não precisa mais de diploma para exercer a profissão O fim da obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo no Brasil, decidido por 8 votos a 1, na quarta-feira passada, pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), não fará com que o piso salarial da profissão perca a validade nem, tampouco, o fim dos cursos de Jornalismo oferecidos pelas universidades. Independente de ser ou não formado em jornalismo, todo o profissional que for contratado para trabalhar em uma redação será remunerado conforme as convenções estabelecidas pelos sindicatos da categoria, já que a profissão continua a existir.
Contudo, essa decisão do STF gera preocupação e polêmica entre as classes e associações relacionadas ao jornalismo por conta de uma possível depreciação da profissão, já que empresas de comunicação poderão contratar profissionais com outras formações que não a específica da área.
“Uma coisa não tem nada a ver com a outra. O piso salarial é estipulado pela categoria e pelos sindicatos, por convenções. A categoria não acabou. O que acabou foi a obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão”, explica Ana Amélia Mascarenhas Camargo, diretora da Associação de Advogados Trabalhistas de São Paulo, em entrevista à reportagem do site Comunique-se. Da mesma forma, o diretor do Núcleo Editorial e Liberdade de Expressão da Associação Paulista de Jornais (APJ) e diretor do jornal Vale Paraibano, Fernando Salerno, afirmou que a desobrigatoriedade do diploma para jornalistas não afetará as empresas de comunicação que se preocupam com a qualidade de seu produto. “O mercado leitor é o grande regulador da questão e nenhuma empresa que se preze vai querer colocar em risco a qualidade editorial do seu produto”, diz Salerno que mantém em sua redação 63 jornalistas diplomados na área. Ele é contra a obrigatoriedade, não contra os cursos de jornalismo: “A decisão do STF é simplesmente coerente com o que reza a Constituição em vigor. Se não queremos uma democracia de fachada, não devemos aceitar a existência de uma democracia tutelada”, diz ele, que acredita que a obrigatoriedade é uma anacronismo e o que vale é o talento do profissional. “Em minha opinião, a parte técnica é uma questão facilmente suprimida por meio de cursos técnicos de jornalismo”.
Defendem a manutenção e a existência dos cursos de jornalismo, como imprescindíveis à formação do jornalista, o reitor da Universidade de Sorocaba (Uniso), Aldo Vannucchi, e o diretor da Escola Superior de Administração e Marketing (Esamc), Sandro Vidotto. “Eu concordo com o STF, o diploma não é obrigatório, mas temos de fazer uma leitura da realidade de Sorocaba, por exemplo”, diz o reitor da Uniso, que oferece o curso desde 1995. Aliás, entre 1998 e 2008, a Uniso formou 11 turmas, colocando no mercado cerca de 600 novos jornalistas. Ele diferencia o diploma do curso de jornalismo. Segundo ele, a formação universitária em jornalismo é essencial para a aplicação das técnicas de jornalismo e das novas tecnologias. “O que importa, na verdade, é o conhecimento, esse é fundamental ao jornalismo e a qualquer outra profissão”.
“Enquanto instituição, ficamos numa posição de tranquilidade. Acreditamos que não é fácil ser jornalista e que é uma das atividades mais estressantes, mas temos a certeza de que os órgãos sérios, que têm responsabilidade social, continuarão a contratar profissionais diplomados em jornalismo, por isso, vamos continuar investindo no curso”, ressalta o diretor da Esamc, que abriu o curso de jornalismo em março passado. De acordo com ele, a liberdade de expressão não tem nada a ver com a obrigatoriedade ou não do diploma, pois a maior preocupação é com quem irá atuar de modo responsável e ético na formação de opiniões.
Se para os diretores das universidades e do representante da APJ a obrigatoriedade é dispensável, para os representantes de classe e para a coordenadora do curso de Jornalismo da Uniso, Katy Nassar, a decisão do STF foi um equívoco e, no mínimo irresponsável. “O profissional de jornalismo tem tanta responsabilidade social quanto um médico. Uma notícia mau apurada e mau dada pode matar alguém”, assevera Katy, citando o ‘Caso da Escola Base’.
Destaca, também, que a parte humana e social e a leitura crítica da mídia e do jornalismo de modo geral são obtidas no curso de jornalismo. Ela, que atua há 29 anos na área, afirma que a faculdade forma profissionais que transformam a realidade, portanto, é indispensável que o jornalista tenha a formação adequada.
“Se as empresas começarem a contratar profissionais de outras áreas, que não sejam jornalistas, o leitor certamente perceberá a queda da qualidade técnica do jornal”, afirma a presidente da Associação Sorocabana de Imprensa (ASI), Sandra Vergili. “É a partir do conhecimento técnico, da formação do jornalista e do reconhecimento do profissional que é possível oferecer qualidade final aos leitores, ouvintes ou telespectadores”, observa. A depreciação financeira é outra preocupação das entidades de classe.
(fonte: cruzeirodosul.inf)

Um comentário:

  1. “... contratado para trabalhar em uma redação será remunerado conforme as convenções estabelecidas pelos sindicatos da categoria, já que a profissão continua a existir.” Se hoje não respeitam o piso dos sindicatos, imagine agora. Abs,
    Marcio Arruda

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