quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Entrevista com com o jornalista e blogueiro Duda Rangel


  
Por Raquel Duarte

“Um jornalista desempregado, um homem abandonado pela mulher. Um ser humano em ruínas, que busca sua reconstrução. Até pouco tempo atrás, nada o motivava. Sua vida era tão alegre e vibrante quanto à dos protagonistas de filmes iranianos. Mas sem competência para o suicídio e sem dinheiro para fazer terapia, resolveu buscar sua redenção neste blog cheio de humor. Aqui, você vai encontrar um pouco do lado B do jornalismo e (por que não?) da vida também”, assim é a descrição de Duda Rangel em seu blog “Desilusões perdidas”, pontuado bom humor em relação ao jornalismo.

Atrasado ele surge na porta de um barzinho na Vila Madalena,SP, onde combinamos a entrevista. Aceno para ele, que me localiza com o olhar e oferta um largo sorriso. Tem pouco mais de 40 anos, ligeiramente grisalho e exibe uma simpática barriga de chope, aliás, bebida que ele sugere que eu pague. Faço o pedido ao garçon e antes de ligar o gravador conversamos um pouco. Depois de olhar longamente para minhas pernas ele dispara : você é casada? Aceno com a cabeça positivamente e ele diz “Ah, sim, sim...claro...” e fica sem graça. Ao beber o chope quase num único gole, ele diz que mora em São Paulo e sua companhia predileta é seu cão boxer Nestor. Ressalta que adora o lado cultural da cidade, adora ir ao cinema e teatro, mas que procura ir a lugares baratinhos, “evitando, porém, aqueles ciclos de filmes poloneses gratuitos, porque são muito chatos”. Entre muitos risos, começamos a seguinte entrevista:

Como é seu relacionamento com a ex, ainda tenta a reconciliação? 
Minha ex é caso encerrado, sem volta. Mas ainda temos contato por causa da guarda judicial do nosso cão, o Nestor. Ele mora com a mãe, mas passa fins de semana comigo, a cada 15 dias. No início ele sofreu muito com a separação, mas hoje leva na boa.

Tem algum vício? Qual?
Tenho o vício de dizer que não tenho vícios.

O que gosta de fazer nas horas de lazer?
Gosto muito de caminhar pelo centro de São Paulo, pegar metrô, ver gente, ver gente esquisita. Parar para comer uma porcaria qualquer numa porcaria de lugar qualquer.

Que viagem te marcou?
A viagem mais marcante foi trabalhar 48 horas seguidas, sem dormir. Muito louca esta experiência. Recomendo aos focas mais caretas.

Experimentou ou usa drogas? Conte-nos.
A droga mais pesada que usei até hoje foi mesmo o jornalismo. Isso é pior que crack. Vício danado. O pior (ou melhor) é que eu não consigo largar.

Como é sua rotina?
Uma boa coisa de ser jornalista é não ter uma rotina certinha. Tento viver cada dia de forma diferente. 
  
Como foi seu ingresso no jornalismo?
Acho que ingressei no jornalismo ainda moleque, quando apresentava “retrospectivas de fim de ano” para a minha família. Eu compilava as notícias do ano todo e fazia meu programa, mambembe, num canto da sala. Usava um terno do meu pai emprestado, que ficava gigante em mim. A família, toda reunida para prestigiar o evento jornalístico, fingia que gostava, fingia que eu tinha jeito para coisa, e eu acabei acreditando nisso. Minha paixão vem daí. Sempre gostei de escrever também.

Em que locais já trabalhou?
Prefiro não citar os nomes dos locais por onde passei. Vai que eles resolvem me processar. Minha carreira foi toda focada no jornalismo impresso diário, o hard news, onde o bicho pega para valer.

Quais as editorias que passou? Em quais funções?
Trabalhei em várias editorias, Geral, Esportes, Política, Economia. Fiz um pouco de tudo nessa vida.

Qual foi seu maior furo jornalístico?
O maior furo é sempre aquele que você ainda não deu. É uma espécie de Santo Graal. Você passa vida inteira procurando.

E maior mico?
Mico grande é desconhecer ou trocar o nome do entrevistado. Constrangedor. Já rolou isso comigo algumas vezes.

Quais suas fontes para se aperfeiçoar na área?
Sempre fui um cara curioso. Aprendo muita coisa lendo, fuçando. De línguas a novas tecnologias. É a minha melhor escola.


Quais jornalistas admira?
Não tenho heróis, nem ídolos no jornalismo. Quem precisa de herói é filme americano. Admiro muitos jornalistas comuns que cruzaram meu caminho, gente simples com paixão pela coisa, gente interessada e interessante. Esse povo que se dedica, que busca melhorar sempre, eu admiro muito.

Se não fosse jornalista, o que seria?
Eu tinha um projeto de ser garoto de programa, mas depois eu vi o tamanho da barriga de chope que herdei do jornalismo e caí na real. Morreria de fome. Não consigo me imaginar fazendo outra coisa além de ser jornalista. É o que sempre digo: “jornalismo é algo que está no nosso sangue, tipo colesterol ruim”.

 Já conseguiu emprego? 
Desde que perdi meu emprego, tenho feito muitos frilas. Sempre pinta coisa para escrever. Esta é uma realidade de muitos jornalistas hoje. O blog me consome bastante também.

Já pensou em contar usa história num livro?
As minhas histórias e desventuras contadas no blog vão ganhar uma adaptação para um livro. Ele está quase pronto. Minha ideia é fazer o lançamento em São Paulo no início de outubro.

Para conhecer mais sobre Duda Rangel acesse: http://desilusoesperdidas.blogspot.com.br/




sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Tiras do desenhista Paulo Stocker conquistam leitores de todas as idades



Um convite a pensar. Assim são os quadrinhos do cartunista Paulo Stocker. Suas mensagens são carregadas de sutileza e foge das obviedades.  As tiras com o personagem Clóvis retratam seu olhar singular sobre o cotidiano, com humor, doçura, crítica e acidez, quando necessário.


Urbano, ingênuo e clown, o personagem Clóvis é atemporal. Seus traços trabalhados em nanquim reforçam a simplicidade. Os quadrinhos são pantomímicos- não é utilizado recurso de texto – com mensagens representadas pelos traços singulares de Stocker.

As crônicas desenhadas encantam pela forma e narrativa, enfatizam a ideia e colocam o leitor em diálogo com o desenho. A identificação do público com o personagem é imediata. A diversão é garantida com a plasticidade provocante de seu trabalho.

Clóvis permeia São Paulo através dos grafites da Rua Augusta, em comércios, bares, muros.  As tiras também são retradas em camisetas, quadros, pôsteres e canecas personalizadas. Por sua identidade também com o público infantil, recentemente fez uma coleção para a marca Vacamarella.

PAULO STOCKER (Brusque/SC, 1965) é desenhista, ilustrador, caricaturista, cartunista e professor de desenho.  Recebeu o prêmio de melhor publicação de cartum, pela revista Tulípio, no Hqmix 2008. Publicou o livro Stockadas, em 2006, pela Via Lettera Editora. Colaborou nas revistas Coyote, Caros Amigos e Periódicos como Pasquim 21 e Jornal do Brasil. Vive em São Paulo desde 1995. Em 2010 Paulo Stocker lançou o livro Tulípio em coautoria com Eduardo Rodrigues pela Editora Devir. Atualmente publica o personagem Clóvis por diversos meios de comunicação e publicações.

Para conhecer mais sobre Clóvis e seu criador, acesse http://www.flickr.com/photos/stockadas/.

Texto: Raquel Duarte


terça-feira, 3 de julho de 2012

De volta again


Dureza. Toda vez que venho para blog, me cobro a periodicidade prometida. Estalo os dedos, abro e fecho as mãos, suspiro. Releio posts antigos, visito outras páginas e de repente, quando dou por mim, saí de novo.

Nem permito que a culpa segure meus calcanhares me impedindo de seguir em frente. Abro mentalmente uma lista homérica de justificativas como falta de tempo, excesso de tarefas, bagagens mentais escravistas, aprofundamento nulo de temas atuais, receio de mergulhar na superficialidade, autocrítica aniquiladora.

Mas e daí? Nada vale a pena se não formos deliciosamente nós mesmos. Nas imperfeiçoes reveladas e muitas vezes incompreendidas.Todos os erros serão absorvidos, superados, vencidos. Todos os acertos, saboreados. Que venham então. Não cabe a mim rasgar antigas páginas de um texto ideológico, nem mesmo de tecer palavras incompreensíveis.

Sou desta forma simples e fácil, com este sorriso absurdo que ilumina minha alma. Vamos nessa então. Retomemos ao velho e bom hábito da escrita. Livre e diversa, sempre!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

EPIC 2015 Portugueses

Bacana este resumo sobre a evolução do google até o  EPIC 2015 e o tratamento das leis autorais.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Entenda o que é SOPA e por que a internet está protestando contra isso


Achei bacana este texto da revista Super interessante e o reproduzo aqui. Vale a pena saber e se posicionar sobre o assunto.

Se você não acompanhou as notícias da internet dos últimos dias e acha que SOPA é só um prato quente brasileiro, fique por dentro. Como a SUPER anunciou ontem, a versão em inglês da Wikipédia está fora do ar, em protesto contra dois projetos que tramitam no Congresso dos Estados Unidos e que podem mudar para sempre o jeito como você usa a internet. Trata-se do SOPA e do PIPA.

O Stop Online Piracy Act (SOPA) (em tradução livre, Lei de Combate à Pirataria Online) é um projeto de lei da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos que amplia os meios legais para que detentores de direitos autorais possam combater o tráfico online de propriedade protegida e de artigos falsificados. O objetivo geral é proteger o mercado de propriedade intelectual, impedindo que mais pessoas percam seus empregos por causa da pirataria. Já o Preventing Real Online Threats to Economic Creativity and Theft of Intellectual Property Act of 2011 (Ato de Prevenção Contra Roubos e Ameaças Virtuais à Propriedade iItelectual) é uma lei proposta nos Estados Unidos para combater sites relacionados à pirataria.

Na teoria, faz sentido impedir a pirataria. Todo mundo sabe que é contra a lei. Mas os dois projetos vão bem além disso e não vão afetar só os sites norte-americanos. Entenda alguns motivos do protesto:

1. Os projetos dão ao governo liberdade para pedir ao Google e outras ferramentas de busca para excluir determinados sites do resutado das pesquisas. Ou seja, o governo poderia tercontrole sobre a lista de links que você pode acessar quando joga uma coisa no Google.

2. O governo também pode pedir aos grandes provedores de internet para bloquear o acesso a alguns sites para os seus usuários. É exatamente a mesma estratégia usada para censurarconteúdos adultos ou políticos na Síria e na China.

3. Se o governo descobrir que você encontrou uma ferramenta online que burla o bloqueio, ele também pode bani-la. O problema é que algumas dessas ferramentas são bem úteis a grupos que lutam pelos direitos humanos em lugares onde há censura.

4. A proposta também pode impedir que empresas façam propaganda em sites que façam parte da lista negra do governo.

Se você realmente precisar das informações da Wikipedia, pode dar um jeito de driblar o bloqueio. Mas, no futuro, isso pode não ser mais possível.

A princípio, a maior parte dos sites com terminações .net, .com e .org não devem ser afetados. Mas se a lei passar, vão se abrir precedentes para que outras medidas de censura sejam feitas na internet mundo afora. Inclusive no Brasil. Alguns sites brasileiros (como o do cantor Gilberto Gil e o site Trezentos) dão força ao protesto, assim como o site da revistaWired.

Aqui também tem dicas legais para você se informar sobre o assunto: http://en.wikipedia.org/wiki/Stop_Online_Piracy_Act
http://en.wikipedia.org/wiki/PROTECT_IP_Act