terça-feira, 20 de julho de 2010

Déficit de concentração, um mal do mundo moderno

Outro dia postei um site com um texto com data errada. O que mais me irritou - intimamente, nem foi a correção do chefe, que era justa e necessária. Mas sim a minha falta de concentração. Me recordo que tinha lido e relido o texto. Mas mesmo assim, me flagrei com um erro bobo, quase infantil.

Como não era a primeira vez que acontecia algo parecido, comecei a exigir mais de mim a cada trabalho. E percebi quantos fatores externos contribuem para nossa dispersão. O telefone que não para de tocar. Os e-mails que você tem que verificar. O MSN que você tem que responder. Entre outras roubadas que estão presentes em nosso cotidiano.

Até me questionei se por acaso, não teria o tão falado déficit de atenção. Quase entrei em parafuso. E hoje,20/7 curiosamente, o Jornal Folha de S. Paulo publicou em seu caderno “equilíbrio” a matéria: “Foco, procura-se”. Ela destaca exatamente a sensação de “crise de concentração” causada pelas novas tecnologias que mesclaram o trabalho e a diversão.

Segundo a matéria é muito comum que as pessoas queiram realizar mil tarefas ao mesmo tempo (eu mesma abro mil janelas no PC) e por conta disso, cometem erros grosseiros. Mas de acordo com a opinião do psiquiatra Paulo Mattos, professor da UFRJ, parte dessa culpa é da publicidade, que incentiva a sempre estar conectado e fazer várias coisas de uma vez.

A boa notícia é que a capacidade de se concentrar pode ser treinada e está ligada a motivação, segundo a jornalista e escritora britânica Harret Griffey (autora do livro The art of concentration). De acordo com a escritora, pesquisas descobriram que trabalhadores constantemente interrompidos pelo e-mail tiveram um declínio de dez pontos no QI – o dobro do impacto de fumar maconha!

Ela sugere que ao nos concentrarmos, prestemos atenção ao sentimento que nos envolve. Quando soubermos o que é esta concentração (quando faz algo do que gosta, como se sente?) e o que torna isso possível para nós? Identificada essa sensação, devemos praticar. Outra dica é estipular alvos como a regra dos ” cinco mais”. Passar cinco minutos a mais numa tarefa, partindo daí para estender o tempo: mais cinco problemas resolvidos, mais cinco páginas lidas, etc.

Ufa, me senti aliviada. Não sei se as dicas funcionam, vamos ver. Mas pelo menos sei que não sou a única a ser “avoadinha” de vez em quando...Que alívio!

Texto de Raquel Duarte com informações da Folha de S.Paulo