terça-feira, 28 de outubro de 2008

Paixão de jornalista

Foto ilustrativa

Quando comecei a escrever, fui movida pela paixão. E continuo. Mas no início da faculdade, aprendi a dosar um pouco isso, a me moldar, a ter uma espécie de equilíbrio entre a realização e o tesão de escrever. Era 1995, e embora já existisse até internet, era uma ferramenta nova e começando a ser adotada nas faculdades. O computador também. Portanto assisti a fase de transição do uso das máquinas de escrever para os computadores.

As máquinas de escrever eram antigas, de ferro, esverdeadas ou cinzas. Tinham teclas pretas com letras brancas. Os teclados eram altos e esquisitos e muitas vezes duros. Mas o bacana era o som que as máquinas de escrever proporcionavam. Quando escrevíamos, todos juntos, parecíamos “um exército das palavras”.

Era fascinante, mas nada supera a tecnologia e a facilidade que a internet nos oferece hoje. Não saberia viver sem ela. Mas o que também me fascina é a paixão pelo jornalismo, que ainda reside em corações e mentes de alguns nobres profissionais.

Recentemente recebi um e-mail que relata exatamente esta paixão. Agradeço ao “Seu Pedro”, por me conceder a honra de divulgá-lo.

Raquel Duarte

As antigas máquinas de escrever notícias!

* Seu Pedro (*)*

Quando iniciei no jornalismo nem diploma para ele havia, foi em 1965, eu tinha 18 anos. Foi no Jornal do Commércio, de Manaus, e a redação usava as máquinas "Léxion 80" da Remigton Rand, fabricadas no Rio de Janeiro, na Avenida Brasil no bairro de Guadalupe. Como hoje temos que dominar conhecimento sobre as ferramentas do computador, o redator chefe daquela época nos exigia conhecer cada tecla e sua função, e os parafusos de uma máquina de datilografar. Estávamos sempre prontos para solucionar eventuais problemas que pudessem aparecer, como se fossemos /*mecanógrafos*/.

Nunca aconteciam problemas, mas sabíamos tudo, até em qual lixeira iam parar as tampas boleadas das máquinas, uma vez que preferíamos teclar sem elas para que mais rapidamente pudéssemos enrolar de volta os carretéis das fitas, com o “carinho” que dispensamos ao equipamentos, embora conseguíssemos reduzir seu tempos úteis. Para mostrar que eu dominava por completo, como era vontade do chefe, então até decorei o endereço da fábrica da Remigton.Escrevíamos o texto por encomenda de tamanho; tantas linhas x tantos toques (normalmente 72).

As fitas "acabavam no fim", rasgadas de tanto receberem as pancadas das teclas. Não fazíamos revisão no texto, isto era tarefa do revisor. Se houvesse erro na edição a culpa estava somente com ele! Não importava se fossemos datilógrafos de fazer sair “fumaça” do teclado ou se “catador de milho”, mas que déssemos conta de nossa pauta.

A redação sim tinha que ser boa, com respostas precisas aos seis itens indispensáveis a uma boa notícia; *“/o que, quem, onde, quando, como, por quê?” /*Assim quem soubesse teclar a máquina, tivesse a verve jornalística, soubesse ordenar um texto, investigar com lisura os fatos, assumisse suas responsabilidades, e tivesse ética acima de tudo, era jornalista diplomado na vida diária de uma redação; sem dificuldades! Não importávamos com diplomas, apenas com o registro profissional que nos habilitava ao exercício da profissão.

Não tínhamos o Manual de Redação e Estilo, mas procurávamos sempre acompanhar o estilo adotado pelo patrão, neste caso o da empresa “Diários Associados”.Usávamos a entrelinha espaço 03, para que o revisor pudesse escrever o correto acima de nossos erros que procurávamos evitar, mas se acontecesse não ficávamos envergonhados.

Os jornais tinham melhor qualidade em seus textos, eram até mais gostosos de serem lidos. Já não existe o tom literário, não há mais as entrelinhas que criavam o estilo pessoal de cada redator. Não era como a maioria dos jornais de hoje. Usam o método “copiar colar”. Ficam todos iguais, quem lê um leu todos!Tenho saudades, pois na redação só os que passavam do primeiro mês, e por si se “diplomassem” naquele curto espaço de tempo, é que ficavam.

Os aptos, mesmo sem diplomas eram respeitados e participavam das altas rodas. Eram “cordialmente detestados”! Uma época em mandava o governo militar de exceção.Eu, obediente às ordens emanadas do Quartel General, e naqueles anos Dom Élder Câmara, alcunhado pelo governo de “Arcebispo Vermelho”, tinha o nome proibido de ser citado em notícias, então eu o chamava de “Arcebispo Verde e Amarelo”, o que fazia com que os censores ficassem vermelhos de raiva!

Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, 61 anos, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi – Bahia, que hoje relembrou o tempo em que o repórter “dormia” na redação, para ver a filha da pauta nascer.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Quem matou Eloá?

Todos assistimos exaustivamente na tv, o caso da jovem Eloá Pimentel de 15 anos que recebeu dois tiros do namorado Lindemberg "Pirado" Fernandes Alves em Santo André, mas fica a pergunta: quem de fato foi responsável por sua morte? Depois de uma série de confusões dignas de uma "tragicomédia", a Polícia Militar (leia-se GATE*) chega a ser suspeita de, no mínimo, ter contribuído para este final fatídico. Negociação esticada demais, e fazem tudo que o cara quer e não exigem nada. Isso é a tal "psicologia" dos negociadores altamente treinados da PM? E os atiradores de Elite onde se meteram? Dizem que estavam lá, no prédio vizinho. Pra que, mero enfeite? Quantas vezes o "doidinho" não ficou com fuças à mostra na janela? Não era o alvo perfeito? Mas não, preferiram preservar a vida dele. Afinal, o que a mídia iria dizer da polícia se o jovem "sem antecedentes criminais" e pertubado emocionalmente fosse abatido? Ora, ora, seria uma mancha na imagem da polícia no Brasil, fato "inédito" neste país, é "verdade"! Tadinha da polícia! Álias, tadinha mesmo. Não sabiam se iam ou se viam. Explode bomba, sobe escada, sobe um, desce outro. E na hora de invadir então. Quanta palhaçada. Policiais carregam Eloá ferida no colo, enquanto deveria ser colocada na maca! Enquanto isso, maca sobe, maca desce, pareciam estar com a macaca! Fora isso, o médico que tentava subir as escadas parecia jogados de futebol americano, que tem que passar no meio de brutamontes. O doutor nadava contra à maré para chegar ao local do acidente! Que desespero! Confusão geral! E até agora me pergunto porque raios a amiguinha de Eloá, senhorita Nayara Rodrigues da Silva, retornou ao cativeiro. Prova de amizade? Tinha que ser loira, não é possível! Pior ainda, quem autorizou tal insanidade de Nayara? Mas, pelo menos a loirinha foi salva. E os órgãos de Eloá receberão os holofotes da imprensa por onde quer que estejam. Claro, a ação foi digna, nobre por parte da mãe da garota... A mesma senhora que deveria estar completamente louca quando permitiu o namoro de uma menina de 12 anos com o maluco Linderberg (na época com 19). Isso não é por si só, um crime? Seria ela, a mãe, a primeira responsável por tudo? Se bem posso tecer minha opinião, todos tem sua parcela de culpa. Todos mesmo. Até mesmo nós, meros e mórbidos telespectadores que assistem à tudo como se o trágico episódio fosse cápitulo de novela. Só que desta vez, lamentávelmente, sem o esperado final feliz. (*) GATE - Grupo de Ações Táticas Especiais Raquel Duarte

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Políticamente incorretos

Acontece de tudo na Campanha Eleitoral. Surgem as figuras mais esdrúxulas e com elas o "marketing político", no mínimo duvidoso. Alguns slogans merecem nosso destaque. Abaixo, alguns dos mais engraçados.
Slogans da Campanha Eleitoral

9º lugar - Guilherme Bouças, com o slogan: 'Chega de malas, vote em Bouças.'

8º lugar - Grito de guerra do candidato Lingüiça, lá de Cotia (SP). 'Lingüiça Neles!'

7º lugar - Em Descalvado (AL), tem um candidata chamada Dinha cujo slogan é: 'Tudo Pela Dinha.'

6º lugar - Em Carmo do Rio Claro, tem um candidato chamado Gê. 'Não vote em A, nem em B, nem em C; na hora H, vote em Gê.'

5º lugar - Em Hidrolândia (GO), tem um candidato chamado Pé. 'Não vote sentado, vote em Pé.'

4º lugar - E em Piraí do Sul tem um gay chamado Lady Zu. 'Aquele que dá o que promete.'

3º lugar - A cearense chamada Debora Soft, stripper e estrela de show de sexo explícito. Slogan: 'Vote com prazer!'

2º lugar - Candidato a prefeito de Aracati (CE): 'Com a minha fé e as fezes de vocês, vou ganhar a eleição.'

1º lugar - Em Mogi das Cruzes (SP), tem um candidato chamado Defunto: 'Vote em Defunto, porque político bom é político morto!'

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Tiros políticos

A campanha política esfria corações e aquece mentes. Quem dera essa alteração fosse devido à melhores propostas de governo para a população. Mas o embate reside em disputar cada eleitor à tapa, não importando os meios para atingir tais objetivos. Seria cômico, se não fosse trágico. Na campanha encontra-se de tudo: Jingles engraçados, bonecos saltitantes, militantes malucos. Mas também se encontra homens capazes ultrapassar os limites (se é que eles os têm) do bom senso. Aqui na região oeste há pelo menos três casos emblemáticos. A casa do candidato à prefeitura de Taboão da Serra, Fernando Fernandes, do PSDB, foi atingida por nove tiros na madrugada desta sexta-feira (3). Segundo divulgado na imprensa, os disparos foram feitos por homens numa moto, mas ninguém se feriu.
Em Bom Jesus de Pirapora, o carro do prefeito ( e meu ex-chefe), Raul Silveira Bueno foi atingido por dois tiros que passaram pelo pára-brisa mas não o atingiram. Em Cotia, um eleitor foi atingido por um tiro durante um comício. Vários outros casos de violência foram registrados nesta campanha. A disputa pelo poder está cada vez mais acirrada, mais destemida e desavergonhada. Absurdos e sacanagens são cometidos sem nenhum pudor. E eu que pensei que certos limites não fossem intransponíveis. Santa ingenuidade. Mas na política meu bem, ninguém é de ninguém. E quem tem..., tem medo. Isso já não é mais segredo.
Raquel Duarte

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Metendo a língua

As coisas acontecem mesmo loucamamente neste país. Enquanto o Brasil necessita de profundas mudanças na economia, política e no judiciário, resolvem reformar a língua portuguesa. Apesar do tema ter sido abordado na imprensa nesta semana, a sugestão para a alteração nas regras ortográfica é antiga. Chegou às manchetes devido a sanção do acordo pelo presidente Lula. E essa mudança não foi cogitada agora. Ela tramita desde os anos 90 e visa integrar os países que falam a língua portuguesa, ou seja, os países lusófanos. De acordo com as novas regras, as principais mudanças do "português-Brasil"ficam por conta dos acentos agudo e circunflexo, trema e hífem. No Brasil essas mudanças atingirão 0,5% da nossa regra. A adaptação acontecerá gradativamente, de 1º. de janeiro de 2009 até 2012. Se os brasileiros já eram enrolados com a propria língua, imagina depois desta reforma. Quem já tinha aprendido alguma coisa, terá que "desaprender". Que ironia. Não dá para negar que a intenção original ‘parece’ boa. Mas até agora não ficou claro como estas poucas mudanças podem resultar em benefícios. A não ser para os donos de gráficas que terão que adaptar milhões de dicionários e livros didáticos, não consigo achar graça nesta reforma. Para se ter uma idéia, estima-se que R$ 90 milhões serão gastos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) só na compra de dicionários. E pra nós, onde está a vantagem? O mais trágico é que ninguém tem interesse em debater o assunto. A consulta pública realizada pelo MEC recebeu só 12 e-mails. Brasileiro é chegado em questões polêmicas de alto grau e este assunto pareceu morno demais. Com esta reforma tímida, o português entre Brasil e Portugal não chegará a ser unificado. Mas com certeza irá dificultar a língua para quem nunca entendeu muito dela: os próprios brasileiros. Raquel Duarte